Archive for the 'Contribuição do leitor' Category

14
nov
08

Uma boa visita…

Já diz o ditado que o bom oficineiro sempre retorna ao Outra Pauta, e a Amábyle, da primeira turma, cumpriu a sina: mandou o produto de reflexões madrugadísticas como contribuição aqui para o blog. Segundo ela se trata  de “um surto psicótico-literário às 5 horas da manhã de sábado dia 09/11”. Que bom que ela resolveu compartilhar e ajudar a matar a nossa saudade do estilo dela, que ajudou a delinear o perfil dos primeiros cadernos.

Valeu Amábyle! Segue o texto

Nada

Minha alma se expande, não cabe mais em mim. Tenho vontade de sair de mim mesma. Voar por aí em busca de nada mais do que o nada. Porque nada precisa se explicar. Nada tem valor ou sentido. Nada é simplesmente nada, e a leveza de sê-lo. Não há nada mais livre, mais limpo, mais intenso e leve que o nada. Gostaria de ser o nada, mas não de não ser nada. Afinal, todos geralmente só lembram-se dele quando ele os vem visitar. Simples, branco, inodoro, insensível. Nada, apenas nada. Invisível, sem compromisso. Mas tão comprometido com não ser. Não ser o que o TUDO pressupõe, não ser a utopia que o SEMPRE induz, não ser o paradoxo do CONTUDO, não ser o peso do NUNCA. Nada é simples, mas tão complexo. Como o nada pode ser antitético?

Amábyle Sandri

Na minha opinião excelente! Bem a la Clarice mesmo. Ai ai, não vou falar mais nada.

07
nov
08

Tema + Contribuição + Convite

Boa-tarde a todos…

Sexta-feira é sinônimo de correria por aqui, mas a boa notícia é que podemos falar qual é o assunto da edição da próxima semana, a trigésima da história do Outra Pauta. Para marcar esse número retomamos, 20 semanas depois, o assunto da nossa 10ª edição: trânsito. De lá pra cá algumas coisas mudaram nas ruas de Cascavel, por exemplo, a “praça da bíblia” foi reformada e foram instalados semáforos no Trevo das Cataratas. Alguns temas são retomados e outros que não haviam sido abordados se fazem presentes, infração gravíssima não conferir.

Para cumprir a promessa feita no início da semana, postamos hoje mais uma contribuição do leitor. Dessa vez uma crônica do oficineiro Leandro Navarro, que se inspirou num ambiente onde muitas coisas acontecem: o ônibus do transporte coletivo,

SÓ UM PASSINHO PARA TRÁS

Leandro Navarro

Não é nenhuma novidade que o transporte público é desconfortável, caro e super lotado até no nome, lotação. O trabalhador tem que se sujeitar a esperar em longas filas para pegar uma lotação fora do comum, apertada e quente. Dependendo da distancia que ele precise percorrer, é preciso pegar vários ônibus, e ter a paciência de esperar por longos e intermináveis minutos ou horas até chegar ao seu destino.

Recentemente estava eu nesta mesma situação, após ceder meu lugar para uma gestante, pulei para o corredor, que ainda estava vazio. De ponto em ponto, aquilo virou um verdadeiro caos. Pessoas entravam descontroladamente, com caixas e sacolas nas mãos, os pontos cada vez mais lotados pareciam à fila da agência de empregos. Até pensei que talvez pudéssemos entrar no livro dos recordes, por maior quantidade de pessoas com bagagem em um veículo de transporte coletivo. Quando eu achei que não poderiam entrar mais pessoas, o cobrador com toda a boa vontade disse: “O pessoal, só um passinho pra trás, por favor, tem gente querendo entrar, colaborem”. Por alguma razão, ele achou que não estávamos colaborando. E começou uma reclamação geral por parte dos passageiros.

O ápice desta balburdia, foi a última senhora a entrar, desrespeitando a placa ela permaneceu nos degraus. Só ai o motorista percebeu que o show estava com lotação esgotada, e disse: “agora eu só paro no terminal”. Foi um alivio geral, pensamos: pior do que está não vai ficar. Aquela senhora dos degraus gritou: “você está louco? Eu preciso descer daqui à 3 pontos”. Fiquei pensando qual seria a mágica dela para atravessar aquele corredor lotado, com gente escorada até na roleta. A solução foi simples, de mão em mão, ela passou o dinheiro para o cobrador, que de mão em mão retornou o troco a ela. Então ela desceu pela porta da frente, mas sem girar a roleta.

Cenas como esta são comuns, os trabalhadores, que sustentam este país com seu trabalho e impostos, são desrespeitados todos os dias. Não é apenas no transporte coletivo que isso acontece. Imaginem as filas dos bancos, das lojas, dos supermercados. E o povo vai levando, sem força para reclamar, ou muitas vezes por não conhecer seus direitos. Cada vez mais vai dando um passinho para trás, e mais outro, o duro é saber quando vão dar um passo à frente.

Obrigado aos visitantes que comentaram. É bom saber que vocês estão aí, rsrs.

Ah, amanhã rola o filme Bem-Vindo à Casa de Bonecas, “de grátis”, no Cine Clube Silenzio, no Sesc. Mais informações aqui. Estão sempre convidados, tem até certificação de horas culturais.

Até breve!

 

05
nov
08

A Iane Contribuiu!

Oba! Conseguimos transformar mais uma leitora em escritora do Outra Pauta. É a Iane Cruz, acadêmica do segundo ano de Jornalismo que gentilmente enviou algumas crônicas para postarmos aqui no blogue…

A primeira fala de liberdade retomando a morte da Irmã Dorothy, que foi assassinada por lutar pela reforma agrária. Fiquem com o texto:

“Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar.” Ao ler esta citação logo vem em mente a idéia “…de um povo heróico o brado retumbante. E o sol da liberdade … ” Mas que país é este como lembra o nosso saudoso Hino Nacional? Onde está essa liberdade? Em que continente se esconde? Certamente na pátria idolatrada da América do Sul é que não é.

Aqui, descansa em paz uma freira; Irmã Dorothy que, fez jus ao tão idolatrado hino brasileiro, a tão idolatrada terra do Brasil. Esta sim, pode-se dizer que fez parte de um povo heróico que já não existe mais.

Mulher antes de ser freira, lutou como um guerreiro no fronte de batalha, para denunciar as irregularidades ambientais e as desigualdades sociais na cidade de Anapu no Pará e na região.

Graças ao tão almejado mundo capitalista, ela foi assassinada com sete tiros.

Onde estava a polícia pra fazer jus a proteção policial que a irmã vinha pedindo a tanto tempo? Foi esta mesma polícia que investigou o caso depois que já não dava pra fazer mais nada?  Onde estava a imprensa para exigir que os direitos exigidos fossem cumpridos? A resposta para perguntas desta natureza talvez fiquem a “sete palmos”, junto com o caixão da irmã Doroti; que será lembrada, somente lembrada e nada mais.

Este é o país da liberdade de expressão, mas que no fundo, quando esta liberdade quer aparecer, tudo vira em pizza ou em morte. E assim, fatalidades como esta, que interrompeu 73 anos dignamente vividos, ficam no esquecimento.

A vergonha que se instala na Amazônia com a problemática territorial não é recente. Certamente, será preciso importar mais milhares de “guerreiros” de outras nações para dar continuidade na luta por um Brasil mais justo, porém, com estes ditos guerreiros podem vir os oportunistas.

Até quando o Brasil vai ser lembrado como terra de ninguém? Ou pior, lembrado pela sujeira da máfia capitalista? Há de chegar o dia em que o brasileiro ouvirá o hino nacional e poderá dizer: agora sim, esta é a minha nação, esta é uma pátria iluminada pela dignidade de um povo e não de uma terra marcada pelo sangue de tantos. Salvo o dia em que este dia chegar, espera-se que até lá, exista uma imprensa consciente e empenhada para contar o final da história.

 Iane Cruz

Amanhã temos a edição sobre as bicicletas aqui no blog. Obrigado ao Diego (ou J. Duke) que é econômico e mantém este blogue como página inicial, assim economiza digitação todos os dias.

Até bem breve

26
out
08

Ilustres anônimos

Hoje é domingo!

Então já passou da hora de contarmos o tema da próxima edição, que figurará amanhã nas bancas… já pararam para pensar que a massa, que tanto se fala, é formada por seres únicos, cheios de particularidades, mas que muitas vezes passam imperceptíveis nessa nossa correria pós-moderna? Então, entre os milhares de Cascavelenses anônimos mas que fazem toda a diferença no nosso dia-a-dia elencamos alguns e amanhã, temos uma série de perfis cheio de narrativa…

e aproveitando o assunto, hoje fica a recomendação de dois sites de colegas nossos, do curso de jornalismo, mesmo estando próximos muitas vezes desconhecemos o trabalho que eles realizam e expõe para todos na rede…

O primeiro é o Blog de Crônicas do estudante do 3º ano da Univel SIRO STEMPINHAKI, opinião firme em textos leves sobre diversos assuntos, afinal, um bom jornalista tem que saber de tudo um pouco…

O segundo é o FLICKR (galeria de fotos) de GIOVANA DANQUIELI, do 2º ano, também da Univel. Olhar particular e talentoso sobre paisagens e datalhes do cotidiano, as imagens parecem falar.

Só para dar um gostinho, aí vão algumas fotos…

Vale a pena conferir! E também vale indicar os sites de outros colegas…

Bom domingo pessoal, e até amanhã!

P.S. : Hoje tem Retranca, com uma entrevista exclusiva revelando fatos sobre a ditadura militar do Brasil, 40 anos depois do AI 5…

P.S. 2: Hoje tem o teatro do Palco Giratório do SESC, DOS À DEUX, no Marinsta, 20:30h, por R$ 4 para estudante.

P.S. 2.1: Os espetáculos trazidos no Palco Giratório sempre são excelentes!!!

08
out
08

A Sibele contribuiu!

Bom-dia companheiros (nenhuma alusão ao presidente)

Na semana passada tive a felicidade de ser abordada por uma colega de faculdade que desejava saber se podia postar seus textos aqui no blogue. Não só pode. Deve! Então aí está o primeiro, a autora, Sibele Bernardes é formanda em Jornalismo pela Univel, a crônica discute a noção de Liberdade. Esperamos que venham muitos outros! Obrigada Sibele!

Liberdade?

Vivemos a ilusão de que somos livres, mas perambulando em busca da tal liberdade, que nos persegue em agonias e pensamentos por toda a vida.

Difícil é existir no mundo alguém, uma só pessoa, que possua a plena liberdade.

Você pode pensar que: transitar por onde quiser, viajar, namorar, não ter compromissos, comer, gritar, chorar e muitas outras coisas, são sinônimos e resultados da liberdade de expressão.

Perdoe-me senhores, se estarei aqui, matando suas ilusões: Você não anda nem viaja por onde quer, pois não sai do país sem uma ordem em seu passaporte. Não namora o quanto e nem quem você deseja, porque o amor nem sempre bate em dois corações ao mesmo tempo. Não come o quanto quer, pois existem as regras da balança. Não grita nem chora em reuniões, por exemplo, pois necessita manter o “controle” exigido. Não vota porque é livre, nem para exercer cidadania: vota por obrigação. Na política, não pode escolher quem realmente deseja, são impostos a você um certo número de pessoas e você só é livre na hora de decidir entre uma e outra, e nem assim o faz, nem assim aproveita o único momento em que teria uma “meia liberdade”.

O homem preso a uma classe, preso aos enganos dessa classe, não é um homem livre.

Ideal seria, não deixar escorrer por entre os dedos, os únicos fios de liberdade que foram adquiridos através de muita luta.

É preciso livrar-se da vergonha de tudo que rouba a liberdade.

Sibele Bernardes

Comentários são bem-vindos, e contribua você também com suas produções!

Até Breve…

24
set
08

Comunicação é CiÊNCIA

Boa-tarde, outrapauteanos!

Bom, pessoal, o caderno está com algumas páginas já diagramadas e provavelmente fecharemos antes essa semana, pena que isso não influi em vocês poderem ler antes, não é?! Mas tudo bem, na segundinha, a 24ª edição estará disponível nas bancas. Ainda não posso adiantar o tema. hehehehe

Ah! Esta semana teremos Retranca. Domingão cultural então, porque também tem o Gazeta ALT.

E por falar em cultura, a Prof. Dra. Patrícia Marcondes de Barros (FAG- Comunicação Social) nos mandou um e-mail noticiando o lançamento da 6º edição da revista Eletrônica Advérbio dos cursos de Comunicação social da FAG.

“A revista ADVÉRBIO tem como objetivo propiciar o debate de idéias, estimulando a produção científica entre discentes, docentes, pesquisadores na área de Comunicação Social e áreas afins”.

Acessem e vasculhem. vamos prestigiar estas iniciativas (raras) locais.

http://www.fag.edu.br/adverbio

08
ago
08

para ler ouvindo: Camarada D’água

Salve, salve, outrapauteanos!

Mais um post no dia, desta vez vem a indicação de Andressa Moraes, leitora que sempre acompanha o caderno Outra Pauta e que sugeriu uma música. Se você quiser procurar na net e baixar… ó, nesse link aqui dá pra baixar as músicas. Esta é daquele tipo de banda que disponibiliza as músicas para download e usa a cabeça para ganhar grana de outra forma e não cai em papos bestas de pirataria, nessa era do downlaod.

A banda “Teatro Mágico”, uma mistura de música, declamação de poesia e teatro. Tem por tema músicas do folclore brasileiro. No site deles (http://www.oteatromagico.mus.br/novo/) tá bem explicadinho e tem lá várias outras músicas, letras e muito mais…ah! o site é bem foda também.

Camarada D’água

O Teatro Mágico

Composição: Fernando Anitelli / Danilo Souza

Camarada d’onde vem essa febre
Nossa alegria breve, por enquanto nos deixou…
Camarada viva a vida mais leve
Não deixe que ela escorregue
Que te cause mais dor

Caixa d’água guarda a água do dia
Não cabe tua alegria
Não basta pro teu calor
Viva a tua maneira
Não perca a estribeira
Saiba do teu valor

E amanheça brilhando mais forte
Que a estrela do norte
Que a noite entregou!

Camarada d’água
Fique peixe de manhã, de madrugada
Fique todo hora que for

“Você é riacho e acho que teu rio corre pra longe do meu mar…
mar marvado seria o rio
que correndo do meu riacho… levaria o que acho
pra onde ninguém pode achar…”

Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?
Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?
Como poderei viver, como poderei viver sem a tua,
sem a tua, sem a tua companhia?
Sem a tua, sem a tua, sem a tua companhia?

Viva a tua maneira
Não perca a estribeira
Saiba do teu valor

E amanheça brilhando mais forte
Que a estrela do norte
Que a noite entregou!

Obrigado Andressa e leitores. Té o próximo post.

01
ago
08

A louça suja do café (Ariel Tavares*)

Como de costume, fui acordada cedo. A porta do meu quarto foi aberta e um LEVANTA me despertou suavemente. O celular marcava 7:50, mas sabia que era um pouco mais tarde, mesmo sem ponteiros, ele estava atrasado. Lavei o rosto, escovei os dentes e voltei para o quarto. Lá, naquela pequena redoma, fiquei inerte por alguns minutos. As pernas cruzadas na posição de lótus e o olhar fixo no teto, depois na janela, depois na escrivaninha, depois nos pés. Percorri um caminho decrescente só para saber onde cheguei e o que talvez me esperava. Naquele instante, acordei do meu transe particular e decidi fazer o café.

Desde ontem, planejava saciar uma vontade: preparar um café com canela e pão com margarina derretida. Hummm! Hoje, isso se concretizou! Esquentei o leite no microondas, não queria perder tempo com o fogão, apesar de deixar o leite mais gostoso. Arrumei duas fatias generosas de pão. A margarina era sem sal, o que me entristeceu. Tentei aliviar o efeito e adicionei sal ao pão, mas o gosto não foi o mesmo. Por fim, salpiquei o pão já molhado de margarina com orégano. O leite quente ganhou duas colheres de café solúvel, três de açúcar e uma pitada de canela em pó. Saboroso! Apesar de comer rápido, senti aquela textura, quase perfeita, entre os dentes, no roçar da língua, de um lado para outro da boca. Engoli com satisfação e alegria. Logo depois, tomava o café e a canela ficava grudada, miúda, nos lábios, um gosto exótico e leve!
Sem pão e sem leite, sobraram apenas umas microfolhas de orégano no prato. Grudei-as na ponta do dedo indicador e aprecei o sabor! Fechei os olhos para sentir melhor aquele prazer, o prazer de uma folha de orégano… Hummm… Indescritível!
Sobre a mesa ficaram os restos do meu café. Uma xícara grande azul vazia, um prato colorido de plástico engordurado, uma colher pequena com um restinho de café no fundo, um garfo limpo pela língua e uma
faca suja de margarina. Minhas marcas estavam em todos os objetos, meus traços de felicidade e tristeza estavam estampados no que ficou: a louça suja do café.

…………………………………………………………………………………………………………

* Ariel Tavares é jornalista, formada em Letras e pós-graduanda em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira pela União Pan Americana de Ensino (Unipan)
ariel@certto.com.br

29
jul
08

Mais contribuição: Ilha D’Oeste

E aí, outrapauteanos!

Um post com o documentário que eu e colegas do 7º Período da Facul em detrimento à disciplina de criação audiovisual. Uma contribuição de Andressa Moraes, Douglas Menegazzi, Jeferson Richetti, Lucas Nonose de Oliveira e Renan Menezes. O vídeo está na mostra competitiva do Festival de Cinema de Cascavel que está acontecendo durante a semana.

O Cinema é uma das expressões artísticas mais antigas e marginais de Cascavel. Reivindicado pelas mãos de gente apaixonada, que vê nessa terra jovem de 50 e tantos anos uma vocação desprezada. A conseqüência é um desenvolver à sombra de um documento que a caracteriza como Pólo Cinematográfico.
Ilha D’Oeste, que tem o apoio dos projetos Gazeta ALT e Outra Pauta da Gazeta do Paraná, é o primeiro trabalho documentário a discutir as dificuldades na produção cinematográfica local, consolidando-se como peça fundamental a qualquer esboço que se faça de uma história do nosso cinema.
Do discurso polifônico dos entrevistados emerge o pedido não só por respeito, mas por apoio. É o anunciar de uma nova era, de um pensamento e de uma criação cinematográfica consistente muito longe de ser um sonho. Só não vê o cinema cascavelense quem não quer. Só não o incentiva quem não o conhece. Só não o vive quem o subestima.

Anderson Antikievicz Costa.
(Editor Chefe do caderno ALT da Gazeta do Paraná).

…………….


29
jul
08

A Mariana contribui!

Boa-tarde, outrapauteanos!

Agora estamos com inscrições abertas para a 2ª turma da Oficina Outra Pauta.

Mas a turma de estréia, a galerinha que marcou a inauguração do projeto, continua, segunda feira tem outra edição! E a contribuição destes (futuros) jornalistas vai além dos diversos bons textos, prova disso é mais uma contribuição para o blog, desta vez vinda da Mariana Lioto.

Conhece o Porta Curtas?

Como disse Mariana: Nesse site (www.portacurtas.com.br) dá pra gastar bons minutos vendo os filmes que tem lá.

E, ainda, nossa  grande colega outrapauteana sugeriu o curta “Palíndromo”, de Philippe Barcinski. Um filme de pouca duração mas que tem muito significado, realmente muito bem elaborado.

Obrigado Mariana pelas dicas, mais uma contribuição para nossa sessão “Eu contribuo com o blogue”.

Agradecemos também os últimos comentários da Kethleen e da  Vaninha.

Té.

21
jul
08

O Jogador Dostoievski

Bom-dia, outrapauteanos!

Todos com a 14ª edição em mãos?

Já cedo publicamos no blogue a programação do Festival de cinema, e agora, na sessão “Eu contribuo com o Blog Outra Pauta” uma resenha da Kethleen * sobre o livro “O Jogador” de Mikhailovitch Dostoievski.

“O que Dostoievski especialmente pretendia provar é que o jogador se acha, como o artista, em relações profundas com os azares de um destino cego e que, por conseqüência, sendo o sujeitar-se ao risco um gesto de ousadia, a despeito do que há de baixo e vulgar no jogo, o jogador conserva sua nobreza de homem e de modo algum merece o desprezo” Frederico Ekstein.

O texto origina para download em PDF está aqui.

………………………………………………………………………….

* Acadêmica do 6º Período de Jornalismo na Faculdade Assis Gurgacz e participante da Oficina Outra Pauta
26
jun
08

“A herança de uma noite” (Ariel Tavares*)

O vento frio da madrugada entra pelos seus cabelos, uma sensação de abandono toma seu corpo, o cheiro de terra úmida, fresca chega até ela, meu Deus o que farei agora? Pensava diante do berço do filho, que dormia tranqüilo.

Seu corpo cansado mostrava fragmentos do tempo, da solidão… Sentia sua ausência e olhava para o filho com pesar e dor.

Ela queria encontrar pilastras para sustentar as ruínas que carregava, porém não iria encontrar essa resistência em Thiago, seu único filho. Afinal ele só tinha seis anos. Não possuía a dureza e a robustez da argamassa. Ele era ainda a planta de uma grande construção, sujeita a alterações, a reformas, adições de medidas ou o recorte delas. Sofia chorou.

Sofia chorou copiosamente, sentia as lágrimas escorrerem pelos seus olhos turvos, não conseguia respirar, sentia-se desesperada, só sabia que continuaria assim por muito tempo… Olhou para Thiago e percebeu que não podia mais criá-lo, olhava para ele e via o rosto do pai, aquela vidinha frágil fazia com que ela permanecesse viva…

Thiago tinha uma tez suave, traços angelicais, corpo esguio. Os olhos cheios de lágrimas embaçaram a imagem, mas para ela o filho era perfeito, sem qualquer erro, pura exatidão. Uma exatidão que surgiu do acaso. Thiago viera de uma camisinha furada em uma noite sem importância de agosto.

Quando confirmou o resultado com um desses testes baratos, falou para Lucas. O futuro pai ainda duvidou. “É meu mesmo?”. Sofia tinha perdido a virgindade com aquele idiota. Casaram de papel passado, mas as alianças os uniram até aquela madrugada.

Ela não tinha muitos sonhos. Não tinha ambição. Contentava-se com aquilo que Lucas lhe trazia. Uma panela nova, brinquedos para a criança, algumas roupas para ela, entretanto, os presentes foram sumindo. A rotina fora substituída. Agora, ele agradava outras por aí… Sofia sabia daquela situação, mas calava a todo instante. Cegava os olhos e acreditava que tudo era uma fase. Todo casal tem as suas. Superariam logo.

Lucas chegava ainda mais tarde. Às vezes bêbado, outras fedendo mulher, o pior era quando não chegava. Sofia tentava o dialogo. Conversavam sobre o futuro, sobre o futuro de Thiago, discutiam. O final era sempre tenso! Não existia o confronto físico. Lucas não era dessas coisas. Mas sempre dizia que iria sumir… Ir para longe, não importasse onde, mas iria. Até que foi.

Sofia, que já se sentia sozinha, ficou só com Thiago, e o menino tinha o azar de ser a cara do pai. Tocou de leve a cabeça do filho e lembrou dos afagos, dos poucos afagos que sentiu, aqueles que lhe deram algum prazer substancial. Observou as mãos, eram as mãos do Lucas trabalhador.

A mãe imaginou um futuro brilhante. Teria um bom trabalho, seria digno, honrado, por mais que esse último esteja em falta ultimamente. Seria um amigo fiel, um bom brincalhão, sério, quando necessário. Casaria e teria uma mulher parecida com ela, linda de tirar o fôlego. Pensou nos netos, todos carregariam a herança de Lucas. O mesmo rosto, as mesmas mãos e quem sabe o mesmo caráter. Era melhor não arriscar!

Fez uma oração. Agradeceu a Deus pelas coisas boas de sua vida, xingou Ele e todos que moravam em seu reino, pois seria cruel. Algo que nunca foi. Ao final da reza, pediu perdão…

Foi até um armário e pegou um travesseiro grosso. Iria dormir ao lado do filho. Levemente Sofia colocou o travesseiro sobre a criança. Como era doce o seu sono… Comprimiu! Thiago despertou num susto. Chamou pelo pai. Chamou pela mãe. Chamou o tio Jair. Chamou o vô Antônio. Chamou o anjo da guarda. E por fim chamou Jesus. Ninguém veio…

Naquele instante, Sofia se acalmou… Sentiu uma leve paz…

Ela foi até o varal e retirou um dos fios. Era o último ato fúnebre daquela noite…

…………………………………………………………………

* Ariel Tavares é jornalista, formada em Letras e pós-graduanda em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira pela União Pan Americana de Ensino (Unipan)
ariel@certto.com.br

23
jun
08

Eu Contribuo!

Boa-tarde, outrapauteanos!

Nesta sessão, contribuição do leitor, o nosso caro amigo Lucas Nonose de oliveira (japa) mandou algumas dicas de site e blogs, a maioria sobre rock’n roll, mas tem tabém, de tudo, vamos lá então, um por um.

—Trabalho Sujo – Este blog comenta alguns discos de várias bandas, das minúcias da produção do Abbey Road dos beatles a união de Chico Buarque com os trapalhões nas cenas de picadeiro.

—Mochileiros – Você quer ir viajar pra onde? Não importa, como, com quem, com quanta grana. Neste site você encontra as comunidades ambulantes que sempre estão na estrada.  Tem fóruns ondesão debatidas rotas de viagens, você pode deixar comentários com pedidos de companhias para a viagem, pode ler relatos e saber sobre equipamentos úteis pra quando se está nas mais variadas rotas. Só precisa se cadastrar.

—arapongasrockmotor –  Baixe os filmes que nunca vão pro cinema. Não porque são ruins, pelo contrário, raridades, dvds de bandas, filmes B e por aí vai. Tem tudo, por ordem alfabética.  kkkk Tem desenhos undergrownds… Tem até Tititchong. Além de uma internet rápida, você vai precisar de muita paciência, porque dá vontade de baixar tudo ao mesmo tempo. (vejam bem, sabemos dos direitos autorais, mas estamos só repassando…heheh)

Isso ae, galerinha.

Vamos agradecer ao Japa e aproveitamos para lançar o selo “Eu contribuo!”. Quando você contribui, você ganha… o selo! 😀

Ah! Vamos explicar o mistério das imagens de monstrinho nos coments. É assim, quando quem comenta não tem uma conta no wordpress, ou mesmo que tenha e não tenha preenchido o perfil e add uma foto, o wordpress automaticamente coloca a foto dos monstrinhos. Creio eu que é uma técnica para fazer com que coloquemos uma foto, mas é tão legal os monstinhos,hehehe.

04
jun
08

“De Pêssego à Uva Passa” (Adriana Possan)

Chega aos vinte e um anos e meio de idade. Aos três construiu seu próprio brinquedo, independente, não gostava de ganhar coisas prontas, achava tudo muito clichê. Aos cinco abria latas de sardinha sozinha. Aos sete, desviava as suas moedas do lanche para máquinas caça-níquel. Foi aos sete também que leu os cinco gibis mais chatos de sua vida. Aos nove, arrancou a porta do seu quarto. Com esses mesmos nove, comprou no camelô, de presente de aniversário para a amiga, um avião de plástico. Aos onze usou calça ‘dins’ e beijou um menino pela primeira vez. Aos treze ganhou uma flauta. Aos quinze soltava pipa da janela do quarto enquanto ouvia música e comia batata doce frita. Aos dezessete catava pedras para sua coleção e estudava para o vestibular. Aos dezenove, percebeu a pele em pêssego. De pêssego, percebeu que à uva passa. Aos vinte e um anos e meio nem pisca, para ela a vida é ímpar para achar que ainda é cedo.

* Contribuição da acadêmica do segundo ano de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo pela Unicentro, Guarapuava – PR.

Confira o blog de Adriana Possan: http://cactolacto.blogspot.com/




maio 2024
S T Q Q S S D
 12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031